*Espadas do Tarô: A Verdade Que Corta Véus*
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No reino etéreo do Tarô, o naipe de Espadas — também chamado de Gládios — ergue-se como o arauto da mente, da razão e da verdade. Regido pelo elemento Ar, ele sopra como um vento cortante que dissipa ilusões, revela conflitos e exige clareza. As Espadas não são suaves: são instrumentos de discernimento, capazes de dividir o que é real do que é sombra, o que é justo do que é conveniente.
*Na vida pessoal*, as cartas deste naipe frequentemente anunciam momentos de tensão, decisões difíceis ou revelações que não podem mais ser ignoradas. O Ás de Espadas é o clarão da lucidez — uma ideia poderosa, uma verdade que se impõe, mesmo que desconfortável. Já o Três de Espadas, com sua imagem pungente de dor, fala de corações partidos, separações ou feridas emocionais que precisam ser reconhecidas para que possam ser curadas. O Sete de Espadas alerta para enganos, autoilusões ou estratégias ocultas, pedindo vigilância e honestidade.
*No campo profissional*, os Gládios cortam com precisão. Eles podem indicar disputas, ambientes competitivos ou a necessidade de tomar decisões racionais, mesmo que impopulares. O Rei de Espadas representa o líder justo, que age com lógica e integridade. O Oito de Espadas, por outro lado, mostra prisões mentais — crenças limitantes ou medos que impedem o avanço. As Espadas, nesse contexto, desafiam o consulente a libertar-se de padrões mentais que o mantêm estagnado.
Um tarólogo experiente, ao encontrar Espadas em uma leitura, compreende que está diante de um momento de transição mental ou emocional. Ele não suaviza a mensagem, mas também não a impõe com dureza. Com sabedoria, ajuda o consulente a enxergar o que precisa ser dito, enfrentado ou transformado. Muitas vezes, as Espadas surgem quando há necessidade de cortar laços tóxicos, encerrar ciclos ou tomar uma posição firme diante de dilemas éticos.
*A sabedoria do Tarô, através das Espadas, ensina que a dor pode ser mestra, e que a mente, quando aliada ao coração, torna-se ponte para a libertação*. Um bom tarólogo não apenas interpreta os símbolos — ele escuta o silêncio entre as palavras, percebe os nós invisíveis e oferece caminhos para que o consulente se reconecte com sua verdade mais profunda.
Assim, o naipe de Espadas é o espelho da consciência desperta. Ele não promete conforto, mas oferece clareza. Nas mãos de um tarólogo sensível e ético, torna-se uma lâmina sagrada: não para ferir, mas para libertar. Pois às vezes, é preciso cortar para curar.
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Carlos Santarem
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